quarta-feira, 15 de junho de 2011

Relatório da Causa: Denúncia do abandono do prédio e conscientização da importância histórica da antiga alfândega de Aracaju


Histórico:

Para exercer o papel de arrecadadora da renda nas cobranças de impostos, em fevereiro de 1836, se dá a criação da Alfândega em Aracaju, transferindo-se logo, pelo Barão do Cotinguiba, no decorrer do mesmo ano, para a cidade de Laranjeiras, substituída mais tarde pela Barra dos Coqueiros, Porto das Redes, de volta para Barra dos Coqueiros, e por fim, através de um decreto em 1854, do presidente da Província Inácio Joaquim Barbosa, para o povoado de Aracaju, que um ano depois se tornaria a capital da Província.
O prédio da Alfândega, localizado na Praça General Valadão, no Centro Histórico de Aracaju, construído no ano de 1854 e reformado na primeira metade do século XX. Foi tombado pelo Governo do Estado através do decreto nº 21.765, de 09 de abril de 2003. Já em 2005, o edifício foi transferido da União para a Prefeitura de Aracaju.
Uma vistoria da Secretária de Patrimônio da União em Sergipe, realizada em abril de 2008, constatou o estado deplorável de conservação do prédio e a necessidade de reforma urgente. Em 2010, o Ministério Público Federal expediu uma recomendação para que o prédio da antiga Alfândega de Aracaju seja recuperado. A prefeitura de Aracaju anunciou alguns anos atrás que tem um projeto para transformar o prédio da Alfândega numa Casa de Cultura, com a construção de salas de teatro e cinema, cybercafé e espaço para exposição de arte, sem alterar sua conformação arquitetônica.
O presidente da Emurb prometeu ainda para o ano de 2010 o inicio das obras, porém, o ano de 2010 se foi, 2011 chegou e nada foi feito até o presente momento.

Objetivos:
Explicitar o estado deplorável do prédio da Alfândega de Aracaju, abandonado pela prefeitura. Denunciar entre as diversas redes sociais seu péssimo estado de conservação.
Retomar a discussão adormecida desde 2008, quando da última reunião com diversos setores da sociedade sergipana.
Posições:
Retomar a discussão adormecida desde 2008, quando da última reunião com diversos setores da sociedade sergipana.
Conscientizar a sociedade e a prefeitura de Aracaju, sobre a importância histórica do prédio da alfândega para Sergipe.
Que o MPF pressione o IPHAN pelo tombamento do antigo prédio da Alfândega como patrimônio nacional
Apresentação do projeto da prefeitura que transforma o prédio da antiga Alfândega em casa de cultura à sociedade Civil.
Reformar imediata do prédio, pois o mesmo se encontra em péssimo estado.

Para aprofundarmos nosso conhecimento sobre a história do Prédio da Antiga Alfândega, começamos nossa pesquisa na internet e no IHGS, buscando textos que relatassem sobre o histórico deste prédio. E, além disso, procuramos, novamente, na internet, textos que explicitassem o atual estado de abandono da Antiga Alfândega.
A partir dessas pesquisas, encontramos um artigo no qual é relatado que o Ministério Público Federal de Sergipe (MPF/SE), conclamava, através de uma Recomendação à Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), à Secretária de Cultura do Estado de Sergipe, ao superintendente do Patrimônio da União no estado de Sergipe e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a responsabilização do referidos órgãos pelo atual estado de abandono e depredação do patrimônio em questão.
Percebendo esta problemática, resolvemos ir ao MPF/SE para solicitar o documento citado acima e podermos entender melhor porque mesmo com esta ação, o Prédio da Antiga Alfândega continua num estado deplorável. Para termos acesso a este documento, foi necessário agendarmos uma audiência com o Procurador responsável pela Recomendação, feito isso, voltamos no dia em que foi marcada a audiência e conseguimos o documento, e além disso, dialogamos com o Procurador José Rômulo Silva Almeida, explicitando sobre o nosso trabalho da disciplina Temas de História de Sergipe II, e falando sobre a importância histórica do prédio e como foi importante este trabalho indicado pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, para resgatarmos partes da história sergipana.
Consequentemente, decidimos, logo após a audiência com o Procurador, visitar o Prédio da Antiga Alfândega para visualizarmos se as recomendações do documento e se o compromisso firmado da PMA com o MPF/SE, em relação à manutenção do patrimônio estava sendo cumprido. Ao observarmos o prédio notamos que funções básicas, como “a colocação de tapumes no entorno do imóvel, para fins de isolamento total da área a ser restaurada, evitando-se depredações e roubos de materiais; colocação de uma cobertura provisória; e a completa limpeza interna do imóvel” que haviam sido recomendadas pelo MPF no documento, não estavam sendo realizadas. Estas situações, aliada aos fatores climáticos e ação de vândalos, contribuíram para que o Prédio da Antiga Alfândega esteja num estado de total abandono e depredação.
O Procurador José Rômulo nos informou que a União foi julgada e condenada a cuidar da reforma e manutenção do Prédio da Antiga Alfândega, porém, a PMA, em juízo, atribui a si a designações dadas a União, comprometendo-se com este patrimônio. Atualmente, segundo o Procurador, por questões burocráticas de licitações a PMA ainda está se organizando para a transformação do prédio, através de um projeto da mesma, numa Casa de Cultura; quanto a este projeto, não tivemos acesso.
Desta forma, concluímos que, apesar de abandonado pela União, Estado e Município, o Prédio da Antiga Alfândega, o MPF/SE ainda estar a esperar e cobrando a reforma desse, ou seja, nossa função, mesmo será de agora em diante a de alertar ao MPF/SE a situação, cobrando-o ações mais enérgicas contra, principalmente, a Prefeitura Municipal de Aracaju que em juízo se comprometeu com a reforma do prédio. O Procurador José Rômulo deu como prazo até primeiro de julho, para rever como anda a reforma, que antes estava em processo de licitação. Agora é esperar e continuar cobrando a reforma imediata do imóvel, pois esse pode não durar muito, caso neste ano ainda, não comecem a atentar-se do perigo de desmoronamento do Prédio da "Antiga Alfãndega".

Relatório da Causa: Denúncia do abandono do prédio e conscientização da importância histórica da antiga alfândega de Aracaju




Histórico:

Para exercer o papel de arrecadadora da renda nas cobranças de impostos, em fevereiro de 1836, se dá a criação da Alfândega em Aracaju, transferindo-se logo, pelo Barão do Cotinguiba, no decorrer do mesmo ano, para a cidade de Laranjeiras, substituída mais tarde pela Barra dos Coqueiros, Porto das Redes, de volta para Barra dos Coqueiros, e por fim, através de um decreto em 1854, do presidente da Província Inácio Joaquim Barbosa, para o povoado de Aracaju, que um ano depois se tornaria a capital da Província.
O prédio da Alfândega, localizado na Praça General Valadão, no Centro Histórico de Aracaju, construído no ano de 1854 e reformado na primeira metade do século XX. Foi tombado pelo Governo do Estado através do decreto nº 21.765, de 09 de abril de 2003. Já em 2005, o edifício foi transferido da União para a Prefeitura de Aracaju.
Uma vistoria da Secretária de Patrimônio da União em Sergipe, realizada em abril de 2008, constatou o estado deplorável de conservação do prédio e a necessidade de reforma urgente. Em 2010, o Ministério Público Federal expediu uma recomendação para que o prédio da antiga Alfândega de Aracaju seja recuperado. A prefeitura de Aracaju anunciou alguns anos atrás que tem um projeto para transformar o prédio da Alfândega numa Casa de Cultura, com a construção de salas de teatro e cinema, cybercafé e espaço para exposição de arte, sem alterar sua conformação arquitetônica.
O presidente da Emurb prometeu ainda para o ano de 2010 o inicio das obras, porém, o ano de 2010 se foi, 2011 chegou e nada foi feito até o presente momento.

Objetivos:
Explicitar o estado deplorável do prédio da Alfândega de Aracaju, abandonado pela prefeitura. Denunciar entre as diversas redes sociais seu péssimo estado de conservação.
Retomar a discussão adormecida desde 2008, quando da última reunião com diversos setores da sociedade sergipana.
Posições:
Retomar a discussão adormecida desde 2008, quando da última reunião com diversos setores da sociedade sergipana.
Conscientizar a sociedade e a prefeitura de Aracaju, sobre a importância histórica do prédio da alfândega para Sergipe.
Que o MPF pressione o IPHAN pelo tombamento do antigo prédio da Alfândega como patrimônio nacional
Apresentação do projeto da prefeitura que transforma o prédio da antiga Alfândega em casa de cultura à sociedade Civil.
Reformar imediata do prédio, pois o mesmo se encontra em péssimo estado.

Para aprofundarmos nosso conhecimento sobre a história do Prédio da Antiga Alfândega, começamos nossa pesquisa na internet e no IHGS, buscando textos que relatassem sobre o histórico deste prédio. E, além disso, procuramos, novamente, na internet, textos que explicitassem o atual estado de abandono da Antiga Alfândega.
A partir dessas pesquisas, encontramos um artigo no qual é relatado que o Ministério Público Federal de Sergipe (MPF/SE), conclamava, através de uma Recomendação à Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), à Secretária de Cultura do Estado de Sergipe, ao superintendente do Patrimônio da União no estado de Sergipe e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a responsabilização do referidos órgãos pelo atual estado de abandono e depredação do patrimônio em questão.
Percebendo esta problemática, resolvemos ir ao MPF/SE para solicitar o documento citado acima e podermos entender melhor porque mesmo com esta ação, o Prédio da Antiga Alfândega continua num estado deplorável. Para termos acesso a este documento, foi necessário agendarmos uma audiência com o Procurador responsável pela Recomendação, feito isso, voltamos no dia em que foi marcada a audiência e conseguimos o documento, e além disso, dialogamos com o Procurador José Rômulo Silva Almeida, explicitando sobre o nosso trabalho da disciplina Temas de História de Sergipe II, e falando sobre a importância histórica do prédio e como foi importante este trabalho indicado pelo professor Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, para resgatarmos partes da história sergipana.
Consequentemente, decidimos, logo após a audiência com o Procurador, visitar o Prédio da Antiga Alfândega para visualizarmos se as recomendações do documento e se o compromisso firmado da PMA com o MPF/SE, em relação à manutenção do patrimônio estava sendo cumprido. Ao observarmos o prédio notamos que funções básicas, como “a colocação de tapumes no entorno do imóvel, para fins de isolamento total da área a ser restaurada, evitando-se depredações e roubos de materiais; colocação de uma cobertura provisória; e a completa limpeza interna do imóvel” que haviam sido recomendadas pelo MPF no documento, não estavam sendo realizadas. Estas situações, aliada aos fatores climáticos e ação de vândalos, contribuíram para que o Prédio da Antiga Alfândega esteja num estado de total abandono e depredação.
O Procurador José Rômulo nos informou que a União foi julgada e condenada a cuidar da reforma e manutenção do Prédio da Antiga Alfândega, porém, a PMA, em juízo, atribui a si a designações dadas a União, comprometendo-se com este patrimônio. Atualmente, segundo o Procurador, por questões burocráticas de licitações a PMA ainda está se organizando para a transformação do prédio, através de um projeto da mesma, numa Casa de Cultura; quanto a este projeto, não tivemos acesso.
Desta forma, concluímos que, apesar de abandonado pela União, Estado e Município, o Prédio da Antiga Alfândega, o MPF/SE ainda estar a esperar e cobrando a reforma desse, ou seja, nossa função, mesmo será de agora em diante a de alertar ao MPF/SE a situação, cobrando-o ações mais enérgicas contra, principalmente, a Prefeitura Municipal de Aracaju que em juízo se comprometeu com a reforma do prédio. O Procurador José Rômulo deu como prazo até primeiro de julho, para rever como anda a reforma, que antes estava em processo de licitação, Agora é esperar e continuar cobrando a reforma imediata do imóvel, pois esse pode não durar muito, caso neste ano ainda, não comecem a atentar-se do perigo de desmoronamento.

Recomendação do MPF/SE é acatada pela Prefeitura Municipal de Aracaju:



Colocação de tapumes no entorno do imóvel, para fins de isolamento total da área a ser restaurada, evitando-se depredações e roubos de materiais:







Colocação de uma cobertura provisória: 




A completa limpeza interna do imóvel:




Como vemos a Prefeitura Municipal de Aracaju, a cidade da qualidade de vida, cumpre todas as obrigações a que se propõe.
Fotos: Luiz Ferreira
Texto: Marcos Vicente

terça-feira, 7 de junho de 2011

A Thousand Trees - Stereophonics

A Thousand Trees
Standing at the bus stop
with my shopping in my hands
when I'm overhearing elderly ladies
as the rumours start to fly

Hear them in the school yard
in the scrap yard
in the chip shop
in the phone box
in the pool hall
at the shoe store
every corner turned around

It started with a school girl
who was running
running home to her mum and dad
told them she was playing
in the change room
of her local football side
They said tell us again
she told them again
they said tell us the truth
I find it hard to believe
cause he taught our Steve
he even trained me
taught Uncle john
who's a father of three


It only takes one tree
to make a thousand matches
only takes one match
to burn a thousand trees

You see it in the class room
in the swimming pool
where the match stick men are made
at the scouts hall
at the football
where the wise we trust are paid
They all honour his name
he did a lot for the game
he got his name knocked up
above the sports ground gates
Now they're ripping them down
stamping the ground
picture gathers dust
in the bar

Wake up and smell the rain
shake up he's back to stay
he hasn't been on a holiday
growing seeds don't believe
why he's been away

In the school yard
change room
playing fields
bathroom
phone box
office blocks
corners turned around
They keep fanning the flame
tossing the blame
got his name knocked up
above the sports ground gates
Now they're ripping them down
stamping the ground
pictures gathers dust
in the bar in the lounge



Mil árvores (Tradução)
Parado no ponto de ônibus
Com minhas compras nas mãos
Quando presto atenção em umas senhoras idosas
Como os boatos começam a surgir

Ouço no pátio da escola
No pátio do lixão
Na loja de chip
Na cabine telefônica
No saguão da piscina
Na loja de calçados
Em toda esquina voltam a rondar

Começou com uma garota da escola
Que estava correndo
Voltando para casa com sua mãe e seu pai
Contava a eles que tinha jogado
No vestiário
Do seu campo de futebol
Eles nos contaram novamente
Ela contou-me novamente
Eles disseram que nos contaram a verdade
Acho difícil acreditar
Pois ele ensinou nosso steve
Ele às vezes me treinava
Ensinava o tio john
Que era um pai de três

Basta uma árvore
Para fazer mil fósforos
Basta um fósforo
Para queimar mil árvores

Você o vê na sala de aula
Na piscina
Onde os homens de palitos de fósforo foram feitos
No saguão dos escoteiros
No futebol
Onde o conhecimento que confiamos foi pago
Todos eles honram o seu nome
Ele fez muito pelo jogo
Ele pôs o seu nome
Acima dos portais da terra dos esportes
Agora estão os destruindo
Enterrando no chão
Retrato da sujeira
No bar

Acorde e sinta o cheiro da chuva
Anime-se, ele voltou para ficar
Ele não o fez em um feriado
Não acredite nestes comentários
Por que ele esteve ausente

No pátio da escola
Vestiário
Campos de futebol
Banheiro
Cabine telefônica
Blocos de escritório
Nas esquinas voltam a rondar
Eles continuam atiçando as chamas
Jogando a culpa
Puseram seu nome
Acima dos portais da terra dos esportes
Agora estão os destruindo
Enterrando no chão
Retrato da sujeira
No bar no lounge


http://letras.terra.com.br/stereophonics/38367/traducao.html

Recomendação do Ministério Público Federal de Sergipe

O Ministério Público Federal, na pessoal do Procurador da República José Rômulo Silva Almeida, recomenda, não só a Prefeitura Municipal de Aracaju, mas também a Secretaria de Cultura do Estado de Sergipe e a União, a adoção de medidas necessárias a fim de executar as obras emergenciais para impedir, provisoriamente, uma deterioração ainda maior da que já está evidente, para tomar algumas medidas como: “a) a colocação de tapumes no entorno do imóvel, para fins de isolamento total da área a ser restaurada, evitando-se depredações e roubos de materiais; b) colocação de uma cobertura provisória: e c) a completa limpeza interna do imóvel”.
A área do prédio foi isolada, tanto para a conservação do mesmo, como para asseguras a integridade das pessoas que por ali trafegam, pois corriam risco, pois o telhado já começara a cair. O tapume já não protege mais o prédio, pois parte dele já caiu e o acesso ao mesmo agora é livre, aumentando o risco dos que entrarem ali e também a depredação do imóvel pelo os que entram.
A cobertura nunca foi colocada, segundo o próprio Procurador, pela prefeitura achar que sairia caro forrar o local. Pelo sim, pelo não, só sabemos que o telhando vai resistindo como dá, mostrando-se frágil em algumas partes que já caíram, não mais atrapalhando a luz do sol, ou mesmo as chuvas de adentarem o local e depredar ainda mais o prédio.
Quanto à limpeza, só pode ser uma piada. Há telhas de Eternit pelo chão, presa nas madeiras que ainda seguram o resto do telhado, pedaços de pedras e também fezes de pessoas que usam o seu interior como banheiro, mesmo porque, que eu me lembre não há banheiro público ali por perto. Ou seja, a limpeza já há algum tempo que não vem sendo feita. E olha que o MPF-SE deu trinta dias para que isso fosse feito, além da apresentação do projeto, que já foi entregue, além do cronograma das atividades que estão sendo feitas no local.
Para concluir, um prazo de noventa dias foi dado ao IPHAN para revisar a decisão que interferiu o tombamento federal do prédio, devido às reformas que resultaram em mudanças arquitetônicas ao imóvel, desde a sua construção. Essa recomendação foi emitida em 24 de fevereiro de 2010, mas nada, ou quase nada ainda foi feito. “Até quando esperar”?

De quem é culpa pela má conservação do Prédio da Antiga Alfândega?



Este prédio é de responsabilidade da União desde sua construção, em 1854, passando por sua primeira reforma na primeira metade do século XX, até a sua ultima reforma, no terceiro quarto deste mesmo século. Foi tombado pelo Decreto Estadual n° 21765 (fls. 156/157) de 09 de abril de 2003. Pouco menos de dois anos, em 18 de março de 2005, a Prefeitura de Aracaju formalizou um pedido de cessão do uso gratuito do prédio da Antiga Alfândega, a União que já há algum tempo tinha deixado o prédio de lado, aceitou de bom grado a oferta da PMA, em transforma-lo em um “Centro Cultural Interativo de Aracaju”, ficando a cabo da PMA a reforma e a procura por investimento para esse projeto, fixando um prazo de dois anos, depois da assinatura do contrato, para colocar o projeto em prática, ou seja, até o ano de 2007 para entregar o prédio reformado. Também no contrato, em sua cláusula sétima, a Prefeitura Municipal de Aracaju fica ainda “obrigada a zelar pelo bem cedido e realizar sua fiscalização, conservação e guarda”.
Mas o que aconteceu ao Prédio da Antiga Alfândega até agora (junho de 2011)? Nada! Nada aconteceu, ou melhor, aconteceu sim! O prédio está desocupado, entreguem ao tempo, ABANDONADO. Seu telhando já começou a cair, quase não há mais portas e janelas, e até a proteção, que antes o “protegia”, no chão está, pelo menos parte dela. Mas isso não é de agora, nos dias 15 e 16 de abril de 2008 a Secretaria de Patrimônio da União em Sergipe, “constatou que o referido bem, em seu conjunto, encontra-se [em] uma situação deplorável de conservação, necessitando uma reforma geral urgente, pois, no estado em que se encontra, coloca em risco a população que por ali transita diariamente”, ou seja, há mais de três anos que o prédio da Alfândega precisa de uma reforma geral urgente.
Mas então de quem é culpa pelo abandono do prédio? Segundo o próprio Procurador da República, José Rômulo Silva de Almeida, a culpa é da União, pois é a responsável direta pela atual má condição do prédio, pois como dito antes, é a União a “dona” do imóvel. A culpa é do Governo do Estado de Sergipe, já que o tombou e nenhuma melhoria foi feita, ou seja, não saíra do papel. E por último, mas não menos importante, da Prefeitura Municipal de Aracaju, por ter se comprometido junto à união para reformar esse prédio, que pelo contrato, era pra ter sido concluída em 2007. Com isso, tanto para o Procurador José Rômulo, quanto para nós, a Prefeitura de Aracaju, o Governo de Sergipe e a União são responsáveis pelo atual estado de conservação do Prédio da Antiga Alfândega, cabendo à reforma a PMA, por esta ter se comprometido em juízo.

Recomendação do MPF à PMA, à Secretária de Cultura do Estado de Estado de Sergipe, ao superintendente do Patrimônio da União no estado de Sergipe e ao IPHAN












Prédios históricos resistem ao tempo e são símbolos de Aracaju

Todos os textos enviados até agora, são de 2010, ou seja, desde Maio de 2010, há exatamente um ano, nada foi feito ainda para mudar a situação do prédio, nada. 

Aqueles noventa dias para a Prefeitura de Aracaju apresentar o projeto, já passa de 360... Mas no site da PMA diz: “Prédios históricos resistem ao tempo e são símbolos de Aracaju”. Resistirão até quando? E são símbolos de quê? Do descaso!?


Por Hádam Lima

Desde a disposição das ruas em formato de tabuleiro de xadrez, passando pelo advento dos arranha-céus, até os dias atuais, uma série de intervenções urbanísticas modificou a face de Aracaju. Com a sucessão das gerações de aracajuanos e de novos padrões arquitetônicos, várias construções tornaram-se símbolos da capital sergipana. Entre as que resistiram ao tempo e continuam na memória estão o edifício Estado de Sergipe, o prédio da antiga alfândega e o Palácio Serigy, que sucedeu o famoso ‘Cadeião'.


Palácio Serigy, que hoje abriga a Secretaria de Estado da Saúde, está situado no
mesmo local onde antes funcionava a Cadeia Pública de Sergipe
(Foto: André Moreira)


Localizado em frente à praça General Valadão, no Centro de Aracaju, o Palácio Serigy foi inaugurado em 28 de novembro de 1938, para abrigar as secretarias de Estado da Saúde e Agricultura. Sua arquitetura, conforme o historiador Amâncio Cardoso, segue o estilo Art Déco. "É um prédio grande, com linhas retas, arrojadas", diz o historiador, destacando que as características remetem ao regime ditatorial imposto pela Era Vargas (1930-45).

Mas os aracajuanos que têm idade mais avançada, ou os mais novos que conhecem bem a história do município, lembram mesmo é de uma outra edificação que também marcou época naquele local. Construída no final do século XIX, a Cadeia Pública de Sergipe, popularmente chamada de ‘Cadeião', prometia ser a primeira a pensar num moderno sistema prisional para a época. "Era algo que não existia em Aracaju", comenta Amâncio. Segundo ele, antes disso os presos ficavam alojados em casebres alugados.

"A idéia era que fosse uma reclusão com trabalho, que o criminoso fosse reinserido na sociedade através do trabalho, mas era algo feito com muita precariedade", coloca o historiador. Apesar de possuir os instrumentos e material humano necessários, o sistema prisional, considerado um dos mais inovadores para os padrões de segurança pública daquela época, não foi bem administrado e acabou extinto.

"A Cadeia foi derrubada, os presos foram transferidos para o presídio do bairro América, que era ainda mais moderno, e naquele local, alguns anos depois, construíram outro prédio do mesmo porte", diz o historiador. Assim surgiu o palácio Serigy, que atualmente abriga apenas a secretaria de Estado da Saúde.

Alfândega

Mais antigo dos três prédios, a antiga alfândega de Aracaju foi erguida na segunda metade do século XIX, também na Praça General Valadão. O episódio que a deixou mais conhecida aconteceu após o desembarque do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Dona Teresa Cristina, que chegaram a Sergipe no ano de 1860. "Foi ali no prédio da alfândega que ocorreu o baile durante a visita do imperador Dom Pedro e sua comitiva", afirma Amâncio Cardoso.

Prédio da antiga Alfândega (Foto: Alejandro Zambrana)

Com o tempo, o prédio passou à Receita Federal, foi reformado na segunda metade do século XX e veio a ser desativado após muitos anos, já no final do mesmo século. Em 2003, o Governo do Estado o tombou através do decreto n° 21.765. A Prefeitura de Aracaju tem um projeto para transformá-lo numa Casa da Cultura, com a construção de salas de teatro e cinema, cybercafé e espaço para exposição de arte, sem alterar sua conformação arquitetônica.

Edifício Estado de Sergipe

Em 1970 o aracajuano ganha um motivo a mais para ter orgulho de sua terra: a cidade passa a abrigar o edifício mais alto do Nordeste - posto que perde três anos depois. Batizado Edifício Estado de Sergipe, o prédio fica mais famoso como ‘Maria Feliciana', numa alusão à ilustre sergipana que àquela época era considerada a mulher mais alta do país. "Foi um dos primeiros modelos da arquitetura moderna em Aracaju", comenta Amâncio.

Amâncio Cardoso (Foto: Alejandro Zambrana)

Ainda hoje considerado o maior do Estado, o espigão de 28 andares e 96 metros de altura simboliza o início do período de desenvolvimento econômico de Sergipe. "Naquele período chegaram grandes empresas nacionais, como a Petrobras", lembra o historiador, explicando que o ‘Maria Feliciana' é composto por concreto armado e vidraças características da arquitetura moderna. Desde o seu lançamento, o edifício é ocupado pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese) e por outras repartições públicas.

Edifício Maria Feliciana é o mais alto do Estado (Foto: André Moreira)