quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os Índios em Sergipe no século XIX



Desde o inicio da colonização no século XVI até o século XIX, os índios foram uma pedra no sapato para os donos de terras, pois ocupavam as terras que podia ser anexadas as suas, considerada uma perda nos seus planos de aumento da produção açucareira. Por sua vez, os índios, ocupavam as áreas próximas aos rios, principalmente o São Francisco, onde desenvolviam uma agricultura de subsistência, além da pesca. Mas, esses eram os índios que viviam mais afastados, em tribos, os das vilas e cidades trabalhavam como assalariados nas terras que um dia fora sua, ou em atividades como a de ferreiro, alfaiates, carpinteiros, ou seja, profissões consideradas pelos brancos da época como inferiores.
Para tomar essas terras de posse indígena, os senhores inventavam ataques as suas propriedades, para fazer pressão às autoridades provinciais, contra os que, segundo eles, tinha atacado sua propriedade, ou seja, os índios possuidores das terras aos arredores. O Governo Imperial encarregou-se de mandar a Sergipe, a pedido do presidente da província Zacarias de Góis Vasconcelos, em 1848, o Frei Capuchinho Doroteu Loreto, a fim de catequizar os índios que aqui existiam. Mas influenciado pelas pressões dos proprietários de terras, Vasconcelos, desiste da ideia da Catequese, e afirma que não existiam mais índios em território sergipano, beneficiando os grandes proprietários com a Lei de Terra de 1850.
Os proprietários de terras justificavam suas ocupações às terras indígenas para ampliar sua criação de gados e aumentar a produção de cana-de-açúcar. Assim como seu antecessor, José Antônio de Oliveira Silva, presidente da Província de Sergipe, afirmou que os índios eram mestiços e domesticados, vivendo em aldeias e vilas. Com isso, os índios começaram a fazer parte da população local, e no censo de 1891, aparecem com caboclos, já que segundo o mesmo, não haviam mais índios em Sergipe.